MAÚA E SUA HISTÓRIA
Origem Histórica da Comuna (o nome Maúa)
Historicamente,
o nome Máua provem do rio Kamaue,
devido ao facto de o primeiro Português a cruzar a zona, António da Costa, que não
compreendia Kimbundu, ao perguntar aos autóctones
sobre o nome da zona, esses disseram: Kamaue.
Não percebendo
bem a fonética do nome, António da Costa achou por bem denominar a zona
de Máua. Fontes orais asseguram que a Vila Comunal foi fundada a 04 de Abril de
1962, pelo mesmo Português.
Locais
Históricos
Destacam-se a
Montanha do Curi, a Micro-ondas, as duas montanhas denominadadas
Kakulu-Kabhaça, localizadas no bairro Dalagonga (Kissembe), a Vala comum onde
foram enterrados centenas de cidadãos angolanos, no bairro
Kidinda, a 14 de Abril de 1970 e Nhague, local que servia de base e esconderijo
para os populares da Comuna, na época de guerra, zona que se situa no bairro
Dalagonga.
Locais Turísticos
A Micro-ondas é
o principal cartão turístico da Comuna. Local visitado por muitas pessoas,
apesar de necessitar de mais exploração.
A dança
As danças feitas
na Comuna do Máua têm como destaque a Dissemba, o Hungo, a Kassanda, o
Mutobongo, o Kadikwange, algumas já em via de extinção.
A música
Apesar de ser
uma dança, o Kadikwange também é uma espécie de música, como é
o caso do Semba, que é dançado e cantado em Angola. Na Comuna ainda podemos
ouvir o Recu-Recu e a Socália.
Pratos Típicos
A dieta
alimentar da Comuna assenta basicamente no Funje de bombo,
acompanhado quase sempre com kizaka, feijão,
diange, rato, pevide, ndondo e carne de caça.
Rituais
tradicionais
As populações do
Máua, a semelhança daquilo que acontece um pouco por outras regiões de Ambaca,
costumam dar bênçãos nos rios, para a protecção das aldeias e dos seus haveres,
sobretudo as culturas. Também acontecem sessões de xinguilamento,
onde os jindele (Espíritos dos Ancestrais) são invocados pelos praticantes das artes espititistas.
Nos óbitos, os
Kombas são de carácter obrigatório, para se honrar a pessoa do falecido,
cerimonia acompanhada de uma série de rituais característicos da região. Na
Comuna ainda se pratica a Kandanda, uma espécie de
circuncisão tradicional, onde uma série de jovens
que já atingiram a idade adulta submetem-se ao corte do
prepucio, actividade que dura ao menos de 90 dias. Durante a kandanda, sao realizadas um conjunto de actividades que visam
tornar o jovem ainda mais adulto e preparado para a vida como homem.
Bebida Típicas
Desde os tempos
remotos, a bebida tradicional mais usada na Comuna é o Maruvo ou Malavu.
Potencialidades Económicas
da Região
O café, a
banana, o amendoim, a mandioca, o feijão, o dendém, a cana-de-açucar, o jindungo
(picante), a abóbora e outros produtos fazem as suas potencialidades.
Nome de cada um
dos bairros e a descrição de maior fama
A Comuna do Máua
possui 28 aldeias, nomeadamente: Gombe-ya-Calomba, Pande, Sanga, Tandala, Máua,
Zaca, Luto, Fabi, Dalagonga, Senda Bango Calimbo, Bingue, Bege, Kingonde,
Camabaca, Zage, Camahongo, Bari, Kidinda, Quinze, Golome-ya-Keta, azanga,
Dalanzamba, Caribo, Jicula, Salava-Mbaxi e Canguimbi.
O bairro de
maior fama na Comuna é o Kidinda. Kidinda foi nome de um soba e mais velho
daquela região. Após a suaa morte, Kidinda foi substituído pelo soba Sassa
Mata-Mataco, tendo chegado a migar 12 mulheres. Após a sua morte,
este foi substituído por Cazangata. Este morre e é substituído por um dos seus
sobrinhos de nome Iala-Cabanga. Iala-Cabanga morreu no dia 14 de Abril de 1970,
no massacre que ocorreu na aldeia.
Os habitantes da
aldeia Kidinda participaram das guerras de libertação em 1961, tendo muitas
vezes deixado a aldeia em direcção a Comuna do Tango, onde se encontrava uma base,
junto aos rios Quissenda e Luvulugi, afluentes do
Lucala.
Nesta base,
aviões diversos bombardeavam a zona, onde nenhuma criança podia chorar. Caso
acontecesse, era colocada um pano sobre a boca da
crianca.
Na base,
os guerrilheiros oriundos do Kidinda cantavam canções, como: A terra é nossa, o
capim é nosso. O soba Iala-Cabanga, presente na base, foi morto perante o povo,
no dia 14 de Abril de 1970. Os sobreviventes eram levados para o campo de São
Nicolau, em Missombo, onde muitos deles passaram aí por 04 anos como presos
políticos.
Possíveis nomes
de chefes do Posto Administrativo,
Comissários e Administradores Comunais
Chefes de Postos: António da
Costa, Ivane Manuel, Andrade Jorge Casimiro.
Comissários: Rosário André
Chita ---------------------------------------------- 1977 à 1990
Francisco Xavier
-------------------------------------------------- 1990 à 1991
Ângelo Tuahela
------------------------------------------------- 1991 à 1992
Administradores
Comunais desde a reposição da Administração do Estado em 1997.
Pedro Manuel
Sebastião ------------------------------------------------------------ 1997 à
2013
Manuel Francisco
Cambiji ------------------------------------------------------- 2013 até a data
actual.
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